quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mais de Lost? Não exatamente...


Esse não vai ser mais um post criticando o final de Lost. Assim como os produtores falaram sobre a série: este vai ser um post sobre pessoas. Exatamente! Depois do fim da série vi e ouvi alguns comentários de fãs de Lost. Eles não mudaram um centímetro o que eu achei sobre o final, ele foi péssimo e ponto (veja http://bit.ly/d2QUSU). Mas um detalhe me assustou bastante: como as pessoas encontraram um "sentido" para sua vidas através de Lost, como passaram a ser pessoas de fé.

Tudo bem, eu entendo as pessoas se identificarem com as séries e consequentemente refletirem sobre suas vidas, suas atitudes. Acredito que Lost aborde temas que inspirem essas reflexões, temas como amor, perdão, maternidade/paternidade, segundas chances, ambição, orgulho, etc. Até aí tudo bem. Mas daí a achar que Lost serve de base para encontrar sua fé? Me parece ir longe demais.

Segundo o dicionário fé seria: "convicção, crédito na existência de um fato" ou então "crença nos dogmas e doutrinas da religião". Para essas pessoas Lost os fez descobrir sua fé, mas longe de qualquer religião. Também sabemos que Lost não é um fato (espero que todos saibam!), é uma obra de ficção. Que fé seria essa então?

Todos nós estamos procurando um significado para nossas vidas. Muitos já encontraram ou pensam que encontraram e para esses o final de Lost foi simplório. Apenas retratou algo claro para qualquer religião, até porque pode ser visto sob a ótica de qualquer uma delas. Mas para aqueles que ainda buscam esse significado o final de Lost foi uma "luz", deu esperança, sentido.

O que acontece é simples e para ilustra-lo pego emprestada uma frase do Ignem Terram (http://bit.ly/cFaw5e): “Quando um homem não acredita em Deus, não é que não acredite mais em nada – é que ele acredita em qualquer coisa.” (G. K. Chesterton). 

Acredito sinceramente que temos uma praga mundial: preguiça de pensar. Adota-se preconceitos do mundo a sua volta sobre o que já existe e se deixa de aproveitar o que de bom ele pode dar. E aí surge algo aparentemente revolucionário e acreditam por que é mais fácil acreditar do que pensar. Essa é a fé que estas pessoas descobriram. Uma fé totalmente separada da razão e baseada na preguiça.

Me desculpem mas essa fé eu não quero.

4 comentários:

Unknown disse...

Diego,
Seu comentário serviu para mostrar as pessoas a sua maneira de pensar e do que significa fé para você!

Mas as pessoas podem ser pessoas de fé naquilo!

Se por algum motivo essas pessoas se encontraram em Lost e se tornaram pessoas melhores, então qual o problema nisso?

Acho que não podemos comparar a fé...

Agora a frase que você colocou: “Quando um homem não acredita em Deus, não é que não acredite mais em nada – é que ele acredita em qualquer coisa.” (G. K. Chesterton).

Discordo.

Nós temos grandes culturas, bilhões de pessoas que não acreditam nesse Deus que esse senhor ai encima esta falando!

Entendo seu ponto! Sei que uns exageram! Mas deixe cada um com a sua fé! =)

Um abraço meu amigo!

diegopmbc disse...

Alexandre, você só comenta quando eu falo de Lost, né?

Não quis dizer que as pessoas não podem ser melhores por causa de Lost, alias foi exatamente o que eu disse no segundo parágrafo.

O que eu quis dizer é que fé não é o que as pessoas acham que encontraram, e não pelo que eu acho, mas por definição.

Só acho que fé pressupõe racionalidade e isso tem sido deixado de lado!

Unknown disse...

Essa é exatamente a parte que eu concordo com você! hehehe

Eu sei que isso é caro, mas as vezes acontece!!

Um abraço!!
Essas discussões ao vivo são ainda melhores!! =D

diegopmbc disse...

Saudades dessas discussões ao vivo!