sábado, 27 de novembro de 2010

Pontos Corridos x Mata-Mata

Antes do Rio de Janeiro virar um campo de batalha a grande discussão era (mais uma vez!) qual tipo de campeonato seria melhor: pontos corridos ou mata-mata. Todo fim de campeonato vem aquela mesma lenga-lenga. Alguns defendem um, outros defendem o outro. 

Os que defendem os pontos corridos tem alguns argumentos "interessantes". O mais ridículo eu ouvi dia desses: "esse formato é o usado em todos os grandes campeonatos da Europa!". A resposta para isso é bem simples: e daí?

Não vivemos na Europa, não temos um futebol com a capacidade econômica deles, nem com as mesmas características. Para se ter uma ideia da diferença, só em São Paulo ou no Rio de Janeiro nós temos mais times grandes do que no campeonato espanhol inteiro.

Eu pessoalmente acho que o campeonato de pontos corridos uma porcaria. Não adianta que não tem a mesma emoção, é muito diferente uma disputa direta com o outro candidato ao título de uma disputa contra outro time qualquer só para ganhar 3 pontos no último jogo e ser campeão. Isso sem contar que você tem que ir em uns 3 jogos para ter certeza que vai no jogo do campeonato.

Fora que a Sulamericana não motiva ninguém. Se olharmos a tabela veremos que no final apenas 5 ou 6 torcidas estão brigando por alguma coisa. Nem preciso dizer que para o restante do país encara o final do campeonato com um marasmo invencível.

Mas o que eu acho pior é a falta de estabilidade dos clubes grandes. Por termos muitos times nesta condição e o campeonato rebaixar 4 sempre tem algum perigando cair para a segunda divisão. Alguns acham isso algo excelente, mas tem um sérios problemas econômicos e políticos escondidos.

Economicamente isso é péssimo porque impede um planejamento eficiente. Mesmo clubes que tiverem um projeto e contrataram jogadores de qualidade podem ver todo aquele investimento ir por água abaixo numa luta contra o rebaixamento (vide o Atlético Mineiro este ano). Com isso os patrocínio vão oscilando e os clubes nunca conseguem se estabilizar.

Já políticamente o cenário é pior. Este esquema acaba beneficiando os times pequenos, que participam com muito mais frequência da 1ª divisão, uma vez que 4 clubes sobem. Isso faz com que a CBF consiga uma base de apoio maior (já que o voto é por clube, independente da sua expressão ou tamanho) e se torne imensamente mais forte que os clubes.

O resultado nós já sabemos. Temos a maior seleção do mundo, com patrocínios e estruturas milionários, enquanto os clubes ficam mendigando cotas de TV. Óbvio que o campeonato de pontos corridos não é o único culpado, mas vem sendo usado para manter tudo como está.

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